JOANA D'ART






















Este é o melhor livro que eu escrevi. O que me arrependo um pouco é de ter inserido alguns aspectos biográficos que poderiam ter usado em outro livro que escrevi. 

Então,

Advogado que por décadas trabalhou em empresas multinacionais e que, num dado momento, demitido, é obrigado a se instalar com escritório próprio.
Enquanto aguarda a chegada de clientes, tem fortes recordações, até com emoção, dos tempos do sindicalismo no ABC e das muitas experiências boas e ruins quando empregado.
No escritório, certo dia, é visitado por uma humilde senhora, residente numa favela, que alega entre lágrimas que seu filho foi injustamente preso, implorando que vá o advogado à delegacia onde está detido com o objetivo de libertá-lo.
Na delegacia e no Fórum constata que o “filho inocente” era um bandido perigoso, estuprador e, no dia seguinte, a mulher volta para saber da libertação, acompanhada de sua nora.
Era a Joana, uma mulher muito bonita que acabou mais tarde presa numa pequena prisão feminina, por golpes praticados contra idosos, quando não batia a carteira dos mais “empolgados” pelo modo sensual como agia.
Na prisão é ajudada por uma carcereira resultando em alteração no modo de agir de Joana chegando mesmo à sua redenção. Ela tem experiências místicas na prisão.
Em torno desse episódio central, o advogado enfrenta situações as mais diferentes, inspiradoras e desafiadoras, até mesmo a traição e o desdém de antigo colega de escola, chegando a questionar em alguns momentos mais depressivos, o significado da própria vida ao se deparar com experiências amargas.
Por isso, tem experiências místicas que começam na avenida Paulista e se encerram no Cemitério da Consolação, de São Paulo.
Mas, é na “visita” à favela que novos elementos se sobressaem: a constatação da extrema pobreza, as condições precárias de vida, higiene precária, a solidariedade e as divergências entre os moradores e a luta de dona Nair, a doceira, mãe do bandido.
Ela própria se redime mesmo com a tardia solidariedade que demonstraria à presença de Joana que voltara à favela.


Jornal de Piracicaba de 28.05.2016

















Texto do Jornal de Piracicaba:

Memórias, ficção, relatos pessoais, misticismo e questões adultas compõem o livro Joana d'Art do escritor e advogado Milton Martins. Com trechos de suas próprias experiências o autor criou uma história com trechos autobiográficos em romance que leva o autor até o fim para saber qual o destino terá a sensual protagonista do título.

A obra relata a vida de um advogado que, por décadas, trabalhou em empresas multinacionais e, em dado momento, sem emprego, é obrigado a se instalar com escritório próprio. Sem experiência, enquanto aguarda a chegada de clientes, tem fortes recordações das muitas experiências, boas e ruins, quando empregado. Nessas recordações, retorna aos tempos de sua juventude, dos traumas e das lições da rua quanto ao significado do sexo.

Milton contou que grande parte do livro relata fatos ocorridos durante seu contato com o sindicalismo no ABC ocorrido de 1978 a 1980, assim como Joana é a personificação de uma jovem que o procurou junto da sogra para defender o caso do filho da senhora, que logo após é descoberto como um bandido perigoso. "Ela surgiu como uma história verdadeira e, quando eu soube do caso e quem era o cidadão, eu desisti da defesa dele", relatou Martins, apontando a ligação de d'Art com a Joana d'Arc. "Existe um momento em que Joana do livro se depara com a leitura da Joana histórica, fato que muda a vida da personagem.

O escritor, que durante algum tempo contribuiu com crônicas para o Jornal de Piracicaba, inseriu o gênero dentro da história a partir da reunião que já havia feito antigamente. "Segui um roteiro diferente do normal. Li recentemente um livro do Umberto Eco, O Pêndulo de Foucault, no qual ele coloca coisas vindas do nada no meio do seu texto. Fiz isso de uma forma mais linear, no qual os escritos inseridos fazem sentido dentro da história e tem uma mensagem cotidiana", explicou.


Vídeo de Isabel Fomm de Vasconcellos (de 2018)

Jornalista, escritora






Diário do Grande ABC de 15.06.2016

Coluna de Ademir Medici



Texto do Diário do Grande ABC:

Neste romance, a memória do Grande ABC

"Enquanto aguarda a chegada de clientes, tem fortes recordações, até com emoção, dos tempos do sindicalismo no ABC e das muitas experiências boas e ruins quando empregado.”

Da apresentação deste livro belíssimo

Na história de Joana d’Art – que recebera inspiração de Joana d’Arc – se trata de ficção, embora haja elementos verdadeiros. Nessas passagens, há experiências místicas, algumas verdadeiras, cujo julgamento fica a critério do leitor.”

Do relato do autor

A literatura como um todo, e a do Grande ABC em particular, fica mais rica com o livro Joana d’Art, de Milton Martins, que acaba de ser lançado. Um livro de ficção e memórias, com uma história bem escrita e elementos factuais da vida contemporânea do Grande ABC. Tem muito de autobiográfico e de cenários e acontecimentos atualíssimos.

Numa troca de informações com o autor, hoje advogado em Piracicaba, mas com toda uma história relacionada à região, fomos aprendendo:

- Tudo se deu aí no ABC, na delegacia de Utinga, mas sem divulgação expressa.

- O Fórum é o de Santo André.

- Meu escritório era na Xavier de Toledo, esquina com a movimentadíssima Luiz Pinto Flaquer.

- A favela referida é a da Vila Palmares, “apenas para situar uma certa realidade porque a ‘minha’ favela é ficção”.

- E a surpresa maior, em especial para quem estuda o movimento dos metalúrgicos a partir da greve de 1978, da Scania e da Fontoura, em São Bernardo...

- Milton Martins vai esclarecendo:

- O ‘engasgo’ na greve de 1978 – “o dia em que a boiada virou boiadeiro” – eu desvio a experiência para um amigo, mas fui eu mesmo a ‘vítima’ na extinta fábrica de Santo André da saudosa Chrysler (fundição – montagem do caminhão).

- A descrição do meu escritório aí fora no prédio da Xavier de Toledo de Santo André. Afinal, os episódios principais de ‘minha vida’ se deram no ABC (em Sanca – São Caetano – da minha intensa participação estudantil e na pequena imprensa da cidade).

 CHEGA JOANA

O livro é ótimo. A história é linda. A gente começa a ler e não quer parar, para usar uma expressão de tantos, mas que neste caso é a mais verdadeira. Há uma identificação com o enredo, os personagens, as circunstâncias, os pontos onde se desenvolve a ação – por isso dizemos: o leitor aqui da Memória irá se descobrir no livro.

O ator principal trabalhou na indústria automobilística. Demitido, busca uma nova colocação. Nada de conseguir. Decide-se a abrir escritório de advocacia, ainda inseguro – chegarão os clientes?

(Trata-se do citado escritório praticamente ao lado do 1º Distrito Policial de Santo André. O escritório real vira ficção, mas é ele próprio).

No escritório aparece uma humilde senhora, residente numa favela, que alega entre lágrimas que seu filho foi injustamente preso, implorando que vá o advogado à delegacia onde está detido com o objetivo de libertá-lo. O filho, um bandidão, casado com a Joana – bela e formosa mulher, título do livro. Aí começa a trama, que prenderá de vez o leitor.

Mais informes do autor:

- Dona Nair é verdadeira e a ‘Joana’ também. E também o estupro. A partir daí enveredo para a ficção.

- A prisão que eu visitei, um presídio feminino pequeno como descrito no livro, era, porque desativado, em Charqueada, a mais de 200 quilômetros de Santo André.

 O AUTOR

Milton Martins é advogado, formado pela PUC-SP, turma de 1972. Ex-colaborador do Diário, “nos tempos do Fausto Polesi”. Estudioso do sindicalismo.

Escreveu o livro Sindicalismo e Relações Trabalhistas (LTr Editora). Acompanhou de perto a evolução do sindicalismo no Grande ABC. Participou de eventos importantes nos anos 1970 e 1980. Hoje mora e trabalha em Piracicaba, mas está sempre em São Caetano.


► O livro é encontrado na plataforma da Amazon

(Esta página foi reconstruída com o material remanescente, mas houve perda de muitas referências do livro, incluindo críticas de leitores)




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