VERSOS PARA NINGUÉM

 


















Este caderno de poemas é de 1966, naqueles idos brilhantes quando não havia o envolvimento político — quanto a esse ponto, as coisas eram difíceis — numa cidade diferenciada como São Caetano do Sul. Esses tempos eram tão empolgantes que não foram poucos os estudantes jovens que adiaram por um tempo a própria maturidade.
Descobri, para minha surpresa real, ter encontrado num "sebo" em São Paulo, um exemplar sendo oferecido. E esse caderno, repetindo, é de 1966,  há 59 anos em 2025. Ele contém poemas meus e do colega do "místico" Colégio Bonifácio de Carvalho de SCSul, Emerson Marcon.
Dessa "relíquia" de um tempo primoroso, dois poemas que selecionei:

PEREGRINO ERRANTE
Emerson Marcon

Viajei as estradas da vida tal um peregrino,
vaguei pela chuva, pelo sol, sem um destino.

Conheci o céu, a terra, o mar, a luz, os amores.
o pó, a lama, a dor. o fogo, o perfume das flores.

As minhas vestes se rasgaram nos espinhos
e os meus sonhos se esfumaram sem carinho,

na carne os espinhos cicatrizes me deixaram
e n'alma tantas vezes os sentimentos se afogaram!

Deus! Quanto sangue verti pelas feridas
e as lágrimas choradas foram perdidas!

Agora que a conheci, encontrei o meu destino,
não mais na vida serei um errante peregrino!

Depois de vê-la o passado é nada,
chegou o peregrino ao fim da jornada!

PENSE
MM

Pense nas flores silvestres
e se tranquilize
Pense na singeleza das árvores 
e sorria,
Pense na alegria da passarada
sinta o Criador,
Pense no céu de doce azul
anime-se,
Pense nos animais despreocupados
reflita,
Pense na criança que nasce
e confie,
Pense no sol que brilha 
e não desanime,
Pense num amanhã melhor
e espere,
Pense no que de bom existe
e lute,
Pense em toda a Natureza
não se desespere,
A Natureza é Deus.

Décadas depois, conheci esta mensagem que tem muito a ver com esse poema, sobre a Natureza:










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